Algumas revistas literárias
Para apoiar a crítica literária e a literatura independente brasileira
Das grandes publicações às mais independentes, reunimos aqui algumas revistas que abrangem a literatura do mundo todo, em todos os seus formatos.
Não é uma revista de actualidade, nem jornalística. Os textos que a compõem têm valor pela sua qualidade literária, independentemente do género – ficção, ensaio, reportagem ou outro. A importância dada à escrita, à sua forma, é maior do que a que habitualmente se dá num jornal. Haverá ainda textos inéditos de autores que já morreram, bem como ensaios fotográficos. E haverá espaço para se publicarem pessoas com talento e que ainda não tenham sido publicadas: a Granta britânica desempenha desde sempre este papel de revelar novos autores; a Granta portuguesa iniciará este trabalho em Portugal. Desde 2018, é publicada simultaneamente no Brasil. O tema da mais recente Granta em Língua Portuguesa é «O Outro».
«Nos últimos quatro anos, 1181 yanomami morreram no Brasil de desnutrição, pneumonia, malária e outras doenças. Em uma das passagens mais lapidares de A queda do céu, diz Davi Kopenawa: ‘Os brancos não sonham tão longe quanto nós. Eles dormem muito, mas só sonham consigo mesmos.’ Oxalá os textos aqui reunidos nos ajudem a sonhar com outros além de nós mesmos.» — Gustavo Pacheco
A Puñado é uma revista impressa de literatura latino-americana e caribenha, sem periodicidade definida. Eles traduzem e publicam contos e ensaios de autoras contemporâneas, além de suas biografias e entrevistas. Atualmente, a revista está na 7ª edição, tema INSTINTO, com textos das autoras Alba Eiragi Duarte Portillo (Paraguai), Cristina Rivera Garza (México), Denise Phé-Funchal (Guatemala), Isabela Benassi (Brasil), Yásnaya Elena A. Gil (México), Margarita García Robayo (Colômbia), María Eugenia Ramos (Honduras), Maryse Condé (Guadalupe), Opal Palmer Adisa (Jamaica), Raquel Abend van Dalen (Venezuela), Solange Rodríguez Pappe (Equador) e zênite astra (Brasil).
O Jornal RelevO é um impresso mensal de cultura, sobretudo de literatura. É editado, desde setembro de 2010, pelo jornalista Daniel Zanella. Mateus Ribeirete é o editor-assistente; André Delavigne, o diagramador. Bolívar Escobar e Marceli Mengarda produzem infográficos e outros materiais visuais. Todas as edições estão arquivadas e podem ser acessadas no site.
O RelevO não aceita dinheiro público e se mantém independente: assinantes e anunciantes não dispõem de influência sobre a editoria do veículo — principalmente quando tentam.
Morel é uma revista focada em literatura, fotografia, artes visuais e algum jornalismo – não necessariamente nesta ordem. Em suas páginas, Morel aproxima as linguagens, promovendo encontros, choques e cruzamentos. Traz longos ensaios fotográficos, prosas curtas, poemas narrativos, trechos de romances, diálogos entre texto e imagem, ensaios visuais e cartuns. Traz viagens, perfis, entrevistas, ficções; acima de tudo, é uma revista que busca a criação. O nome é uma chave para abrir as portas da criação: trata-se de uma homenagem ao protagonista do livro A Invenção de Morel, do argentino Adolfo Bioy Casares. Uma máquina que registra e projeta, em tempo real, eventos e retratos de pessoas que viveram em épocas diferentes, promovendo um enlace entre tempos: o tempo presente, o tempo passado, o tempo infinito. Por isso Morel conversa com atualidades, mas não se prende às armadilhas das pautas presentes, não se esquece nem de mergulhar no passado nem de projetar o futuro. Por isso o lema de Morel é Pessoas & Universos Atemporais. Uma ilha no meio do tumulto do século da internet – um território criado em papéis de sonho, onde o leitor pode soltar a sua imaginação.
Em seu número #1, a publicação se movimenta em diversos espaços da cultura contemporânea. Em registro multifacetado, a revista Morel mostra o que acontece no mundo, compartilhando experiências e abrindo espaço para diálogos intrigantes.
O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000 pelo jornalista e escritor Rogério Pereira. Com sede em Curitiba e distribuído para todo o Brasil e exterior, é nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs. Atualmente, alguns dos escritores e críticos mais importantes da literatura brasileira contemporânea estão entre os colunistas do Rascunho.
Pessoas e personas que têm algo a dizer aparecem aqui. Também são publicadas reportagens e perfis, sempre com alguém em foco. É um espaço dedicado a artigos sobre temas culturais em alta, com ensaios e resenhas de lançamentos, clássicos e livros esquecidos.
Hoje a equipe da fina é formada pelos editores Matheus Lopes Quirino e André Vieira e conta com a colaboração recorrente de cerca de 15 voluntários, entre eles escritores, ilustradores, fotógrafos e artistas. Desde outubro de 2020, semanalmente são publicados textos de diversas áreas, como ficção, artes visuais, música, e, principalmente, literatura, carro chefe da revista. Ao cobrir o mercado editorial, a revista conta com o apoio de algumas editoras que enviam exemplares para a equipe. A fina acredita que incentivar a leitura e a cultura do livro só agrega na formação intelectual de um povo, por isso a revista está de pé, mesmo depois de tantos perrengues.
Lembrando que a revista GRANTA e a Puñado estão à venda na livraria!
Boa leitura!
Amei a seleção!