Carol Fernandes, Rodrigo França e Beatrice Alemagna
Alguns dos segredos escondidos naquela estante vermelha no fundo da Livraria
A Ponta de Lança tem lugar para todo mundo: para os amantes de literatura, para os amantes de psicanálise, para os pets dos amantes de literatura e psicanálise, e tudo mais. Também é espaço para a família inteira, dos crescidos até aqueles que estão crescendo. Entendemos o quão precioso e importante é cultivar o hábito da leitura nos baixinhos, e a beleza que é vê-los se apaixonar pela literatura, pelo virar das páginas. Quem frequenta a livraria já sabe que um dos inúmeros sonhos do Bruno é inaugurar, de uma vez por todas, uma livraria com foco apenas em livros infantis.
Enquanto esse sonho ainda não é realidade, a única Livraria Ponta de Lança do mundo ainda conta, em seu coração, um acervo de literatura infantil organizado com muito carinho. Enquanto as outras seções da livraria, pra gente grande, precisam de uma sinalização mais detalhada, é fácil apontar para aqueles que entram onde fica a seção infantil: ali naquela estante vermelha, à esquerda. Igualzinho um coração mesmo.
A newsletter de hoje contém alguns dos muitos, muitos títulos infantis incríveis que podem ser encontrados no lado esquerdo da estante vermelha. Esperamos que eles encontrem um lugar especial no lado esquerdo do peito de cada um também!
Julian é uma sereia, de Jessica Love
Enquanto andava de metrô com a avó, Julián avistou um grupo de mulheres extremamente arrumadas. O cabelo delas era esvoaçante e em tons vivos, seus adornos reluziam, e os vestidos terminavam numa belíssima cauda de sereia. A alegria delas era contagiante.
Já em casa, ainda encantado, Julián sente vontade de se arrumar como uma sereia. Mas o que será que a avó vai achar da bagunça que ele fez – e, ainda mais, o que ela vai pensar sobre a forma como Julián se vê? Um livro delicado e colorido sobre amor e, principalmente, respeito.
Julián é uma sereia ganhou inúmeros prêmios, entre eles o da Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, categoria Opera Prima. A obra aborda com delicadeza temas como individualidade, apoio familiar e diversidade.
A pele que eu tenho, de bell hooks
O que é mais importante? A cor da nossa pele ou o que somos por dentro? A pele que eu tenho, infantojuvenil de bell hooks ilustrado por Chris Raschka, trata do tema da raça, sempre muito presente nas obras da autora, e do perigo de julgar uma pessoa no primeiro olhar. De forma poética, a autora abre um diálogo com as crianças sobre raça e identidade.
A cor da nossa pele é apenas uma cobertura. Para conhecer uma pessoa de verdade, é preciso enxergar além da aparência. Abrir bem o coração, encontrar no outro tesouros guardados e livrar-se de preconceitos e estereótipos.
A pele que eu tenho celebra a individualidade e leva aos pequenos uma mensagem forte e atemporal sobre amor e respeito ao próximo.
Fevereiro, de Carol Fernandes
Em fevereiro, minha casa se transforma. É assim que o menino protagonista deste livro nos conta sobre as transformações e preparativos que se dão em sua casa no mês que dá nome ao livro e que é conhecidamente de festa no país todo. Para ele, Fevereiro anuncia as arrumações de um dos blocos mais importantes da Bahia, o Filhos de Gandhy.
A curiosidade, a descoberta, os sabores, os cheiros e as cores são algumas das costuras que a autora Carol Fernandes faz para nos mostrar a beleza da tradição.
O livro é dedicado a Gilberto Gil, nome indissociável da história atual do Filhos de Gandhy e artista essencial da cultura brasileira.
Amor, o Coelho, de Rita Carelli
Às vezes, o Amor se esconde tão bem escondido que a gente custa a encontrá-lo entre as panelas. Ou no cesto de roupas.”
Amor é o nome do coelho protagonista do novo livro ilustrado de Rita Carelli. Ele é um animal, sim. E também mais do que isso: parece um lembrete de como os sentimentos podem ser imprevisíveis e mutáveis, ainda que dentro de uma mesma casa, entre as mesmas pessoas, ao longo de um mesmo dia. Amor é quase selvagem. Tão indomável que, quando estamos prestes e entender Amor como uma metáfora do sentimento, topamos com ele no meio da noite, no escuro, de olhos vermelhos arregalados.
Boa Noite, Bo, de Kjersti Annesdatter Skomsvold
Todo mundo precisa descansar. A girafa, o urso, a lontra-marinha... e também o pequeno Bo. O papagaio dorme em uma perna só, e o morcego, de ponta-cabeça. Até as abelhas e as vespas dormem. As vacas também (mas não muito). E você, qual é o seu jeito mais gostoso de dormir? Será que vai pegar no sono depois de encontrar os segredos guardados nestas ilustrações?
A mamãe do pintinho, de Heena Baek
A gata Nhiá não tem uma fama muito boa. Afinal, ela adora importunar os animais menores. Especialmente as galinhas, porque não há lanche que ela goste mais do que um delicioso ovo fresquinho! Até que Nhiá conhece -- de maneira bastante inusitada -- um pintinho que a fará repensar suas atitudes... e transformará seus sentimentos.
Com sua habilidade para contar histórias com as mais diferentes técnicas artísticas -- como carvão e aquarela, métodos usados nesta narrativa --, sempre com muito bom humor, emoção e empatia, a autora sul coreana Heena Baek ganhou em 2020 o prêmio ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award), um dos mais importantes prêmios da literatura infantil internacional. Este é seu terceiro livro publicado pela Companhia das Letrinhas.
O pequeno príncipe preto, de Rodrigo França
Em um minúsculo planeta, vive o Pequeno Príncipe Preto.
Além dele, existe apenas uma árvore Baobá, sua única companheira. Quando chegam as ventanias, o menino viaja por diferentes planetas, espalhando o amor e a empatia.
O texto é originalmente uma peça infantil que já rodou o país inteiro. Agora, Rodrigo França traz essa delicada história no formato de conto, presenteando o jovem leitor com uma narrativa que fala da importância de valorizarmos quem somos e de onde viemos - além de nos mostrar a força de termos laços de carinho e afeto. Afinal, como diz o Pequeno Príncipe Preto, juntos e juntas todos ganhamos.
O que é uma criança?, de Beatrice Alemagna
Uma criança tem mãos pequenas, pés pequenos e orelhas pequenas, mas nem por isso tem ideias pequenas. Na verdade, este é o tema central deste livro. O texto e as ilustrações falam de pequenas coisas que parecem óbvias mas nas quais poucas vezes prestamos atenção. De maneira singela e comovente ele responde à pergunta do título.
Ficamos por aqui,
Boas grandes, pequenas leituras!